Uma das espécies do gênero Capanemia com folhas cilíndricas e flores brancas, C.micromera foi descrita em 1877 por Barbosa Rodrigues

A espécie ocorre em todos os Estados das regiões Sul e Sudeste do Brasil, e também no Paraguai , na Argentina e, consta, no Uruguai, tendo assim grande amplitude de registros de ocorrência, o que explica sua variabilidade populacional e também sua quantidade de sinonímias, como se verá ao final. Conforme já tivemos oportunidade de verificar, são encontradas populações da espécie tanto vegetando ao nível do mar quanto em altitude superiores a 900m. Não raro são encontradas populações a pleno sol, embora o mais comum seja encontrarmos os espécimes vegetando em ambientes um pouco mais sombreados e de elevada umidade relativa do ar.

A planta floresce no inverno. O sistema radicular é bem distribuído, se espraiando por vários centímetros além das touceiras, para todos os lados. O rizoma é muito curto, fazendo com que os pseudobulbos se aglomerem em grande quantidade. São pseudobulbos unifoliados, roliços e pequenos, variando de 3 a 8mm de comprimento, e as folhas também têm grande variação de tamanho, embora sejam muito mais longas e finas que os pseudobulbos, indo de 1,5 a 3cm de comprimento. As inflorescências nascem da base dos pseudobulbos e portam até três flores de meio centímetro de diâmetro, e que nem sempre são de pétalas e sépalas totalmente brancas, pois há variações de colorido incluindo a tonalidade amarela e o marrom claro.

Como falamos, a espécie reúne hoje como sinonímias diversos nomes antes reconhecidos como espécies distintas, mas que estudos demonstraram serem na verdade apenas variedades da espécie (nesse sentido, o artigo Typifications and new synonymies in Capanemia, Cristiano Roberto Buzatto e outros autores, 2011). Q As espécies sinonimizadas com C.micromera são:
- Capanemia australis (Kraenzl.) Schltr.
- Capanemia perpusilla Schltr.
- Capanemia spathuliglossa Pabst
- Capanemia riograndensis Pabst
- Capanemia lossiana L.Kollmann (espécie descrita há poucos anos, em 2007).

A origem do nome do gênero tem certa discussão, pois enquanto Hoehne cita ser homenagem a Guilherme Schuech de Capanema, alguns autores acreditam que o nome seria derivação da cidade de Capanema, Minas Gerais. Mas a maioria dos autores aceita a primeira versão. Já o nome da espécie vem do grego – ‘mikrós’ (pequeno) + ‘méros’ (parte), provável referência ao tamanho das pétalas e sépalas.