Descrito por Lindley em 1841. Em 1939, Acuña o transferiu para Amphiglottis, como Amphiglottis latilabris (Lindl.) Acuña, e em 1978 Pabst o transferiu para o gênero Neolehmannia, como Neolehmannia latilabris (Lindl.) Pabst; os dois nomes hoje são considerados sinonímias. Em 1957, Hawkes descreveu Epidendrum althausenii, que hoje é sinonímia heterotípica de E.latilabre.
A espécie é predominantemente epífita, vegetando a média altura de troncos da mata atlântica das regiões Sul e Sudeste do Brasil. Eventualmente é encontrada como rupícola.
Apresenta sistema radicular composto por muitas raízes ramificadas e finas. Os caules são separados por rizoma curto e grosso. São eretos, muitas vezes levemente retorcidos, medindo entre 6 e 20cm de comprimento por 0,6 a 1cm de largura, apresentando folhas alternadas, coriáceas, suculentas, de forma oblonga, cuja base reveste o caule, medindo cada uma delas entre 4 e 9cm de comprimento por 1,5 a 3cm de largura.
A inflorescência surge no ápice do caule, portando 1 a 5 flores verdes, suportadas por pedicelo de tamanho variável entre 2 e 4cm de comprimento. As flores também têm tamanho variável. As sépalqas variam de 2 a 3cm de comprimento por 0,5 a 0,7cm de largura, com forma oblongada e extremidade aguda, enquanto as pétalas, com forma linear e ligeiramente espatulada, medem entre 1,9 e 3cm de comprimento por 0,2 a 0,4cm de largura. O labelo é bilobado (discordo de quem o trata como trilobado), reniforme e venoso, com margens onduladas a crespas. Mede entre 1 e 2cm de comprimento por até 5cm de largura. É emarginado (ou seja, com variável reentrância na margem central) e muitas vez apresenta ápice recurvo. Os lobos laterais são arredondados e largos. Duas calosidades alongadas mas curtas ocorrem na base do labelo, que é concrescida com a extremidade da coluna, que é reta e mede entre 1 e 2cm de comprimento.
A planta floresce no verão até o começo do outono.
O nome ‘latilabre’ vem do latim e foi dado por Lindley em razão da morfologia do labelo: ‘latus’ (=largo) + ‘labrum’ (=labelo).
Esta espécie é frequentemente confundida com Epidendrum pseudodifforme Hoehne & Schlechter, espécie encontrada nos mesmos habitats, mas com algumas diferenças que facilitam a identificação mesmo frente a plantas sem flor:
– as folhas de E.latilabre são maiores que as de E.pseudodifforme
- os caules de E.latilabre são mais largos no ápice do que na base, enquanto os caules de E.pseudodifforme apresentam mesma largura na base e no ápice.
- as flores de E.latilabre são maiores, com labelo maior e de forma tendente ao recurvo (extremidade voltada para trás), enquanto o labelo de E.pseudodifforme tem o labelo plano.
- a inflorescência de E.latilabre traz de 1 a 5 flores, enquanto E.pseudodifforme pode apresentar mais de 10 flores por inflorescência.