Espécie escrita em 1836 por Lindley como Oncidium russelianum, logo transferida pelo próprio Lindley para o gênero Miltonia, que ele estabeleceu em 1837, quando descreveu Miltonia spectabilis; o nome do gênero é homenagem ao inglês Charles Wentworth-Fitzwilliam (1786-1857), o Visconde de Milton.
Trata-se de espécie endêmica das regiões Sul e Sudeste do Brasil. Epífita, apresenta-se com pseudobulbos ovais e agrupados, comprimidos lateralmente, medindo entre 4 e 7cm de comprimento por 2 a 3cm de largura, portando cada um deles duas folhas lineares e estreitas, moles e sulcadas, com comprimento variável entre 20 e 30cm por 1 a 2cm de largura, mais duas a três pequenas folhas que revestem os pseudobulbos.
A inflorescência surge na base do pseudobulbo, em número de uma ou duas no começo do outono, com 12 a 15cm de comprimento, portando de uma a cinco flores. Pétalas e sépalas têm colorido castanho, com formas e medidas semelhantes - entre 1,9 e 2cm de comprimento por 0,7cm de largura; apenas as sépalas laterais é que são um pouco mais longas e um pouco mais estreitas. Como dissemos acima, as flores não abrem totalmente; as sépalas muitas vezes até abrem praticamente no total de sua extensão, mas as pétalas ficam pouco abertas, dispostas paralelamente à coluna.
O labelo é alongado, levemente trilobado, com estreitamento no último terço, e mede entre 2,2 e 2,3cm de comprimento por 0,7 a 0,8cm de largura.Na base apresenta colorido púrpura que se estende até a metade de seu comprimento, onde fica esbranquiçado. O ápice é agudo. Calosidades na forma de lamelas se estendem da base até o meio do labelo. A coluna é reta, medindo 0,7cm de comprimento.
A espécie Miltonia quadrijuga Dusén & Kraenzl foi descrita em 1921 e é considerada sinonímia da espécie.
O epíteto ‘russeliana’ é referência ao Duque de Bedford, John Russel (1766-1839), político inglês, responsável pelo custeio de viagens exploradoras aos trópicos nas primeiras décadas do século XIX.