O gênero Zygostates foi publicado por Lindley em 1837, quando da descrição de Zygostates lunata e Zygostates cornuta, casualmente duas espécies que não ocorrem no Rio Grande do Sul. O gênero está inserido na subtribo Ornithocephallinae e tem hoje cerca de duas dezenas de espécies.
Zygostates alleniana foi descrita em 1898 por Fritz Kraenzlin. O próprio Kraenzlin descreveria em 1911 Dipteranthus lindmanii, hoje uma das sinonímias heterotípicas da espécie (outra é Zygostates aquinoi, publicada em 1925 por Schlechter).
É espécie que ocorre no Brasil, nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e também no Paraguai e na região de Misiones na Argentina.
Trata-se de uma pequena espécie epífita de crescimento cespitoso, com folhas bastante carnosas e que se apresenta em touceiras de até 8cm de diâmetro. O rizoma é curto, fazendo com que as folhas se apresentem compactas. O pseudobulbo é bastante curto, tem em média 2,8-3mm de comprimento, e unifoliado, com folhas de até 3cm de comprimento por 0,6-0,7cm de largura. A inflorescência é ereta e surge da base dos pseudobulbos, com até 3cm de comprimento e até 10-12 flores de 0,8cm de diâmetro. Sépalas e pétalas são de cor branca. As sépalas são côncavas, com 0,5cm de comprimento por 0,2mm de largura em média. As pétalas, espatuladas, são mais largas que as sépalas, e com a margem denticulada.
O labelo tem forma navicular (ou seja, em forma de bote ou barco, com forte concavidade). Tem 2,6-2,7mm de comprimento e tem base de cor verde, com uma calosidade estreita e pilosa, responsável pela emissão do óleo que atrai os polinizadores. A coluna é incurvada e apresenta o rostelo (sustentáculo da coluna) prolongado para o centro do labelo, sinuoso e em forma de bico, característica das espécies de Ornithocephallinae. Paralelos à coluna a flor exibe dois apêndices idênticos, amarelados e carnosos, um de cada lado, com um comprimento um pouco menor do que a coluna. São bastante fáceis de observar em algumas das fotos da página da espécie em nosso site.
A espécie floresce na primavera, com flores de longa duração (podem chegar a trinta dias abertas).
O epíteto alleniana’ é homenagem de Kraenzlin a Robert Allen Rolfe (1855–1921), botânico inglês que foi o primeiro curador do Royal Botanic Gardens, vinculado aos estudo das Ornithocephallinae, tendo descrito, por exemplo, Zygostates multiflora.