Brasiliorchis picta foi descrita por Hooker em 1832 como Maxillaria picta. Ocorre nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, alcançando o Paraguai e a região de Misiones na Argentina.
É uma epífita de pequeno a médio porte, de crescimento entouceirado, pseudobulbos de 3 a 5cm de comprimento por 2 a 3cm de largura, ovoides, bifoliados e sulcados, fortemente agrupados por rizoma lenhoso, curto e ramificado. O sistema radicular composto por raízes duras e de colorido marrom avermelhado.
As folhas são coriáceas, sulcadas e lanceoladas, com extremidade aguda.
As inflorescências surgem da base dos pseudobulbos, em número de 3 a 5, medindo entre 6 e 8cm de comprimento, portando flores isoladas. As flores são extremamente perfumadas e de colorido creme-amarelado, com máculas marrom-avermelhadas distribuídas pelas pétalas e sépalas em variável forma e quantidade.
A sépala dorsal é oblongada a elíptica, com extremidade acuminada e arqueada para a frente, disposta paralelamente à curvatura da coluna. Mede entre 2,5 e 2,7cm de comprimento por 0,8 a 0,9cm de largura e apresenta as margens levemente encurvadas para cima.
As sépalas laterais são semelhantes à dorsal mas um pouco maiores, podendo chegar a 3cm de comprimento. Apresentam a extremidade voltada para o lado de dentro da flor.
As pétalas são lineares a lanceoladas, com extremidade aguda, levemente arqueadas e muitas vezes com as extremidades se tocando à frente da coluna. Medem entre 2,4 e 2,5cm de comprimento por 0,5 a 0,6cm de largura.
O labelo é trilobado, com os lobos laterais erguidos. O lobo médio é arqueado e com as margens encrespadas. Apresenta o mesmo colorido amarelo-creme das pétalas e sépalas, mas normalmente sem máculas. Mede entre 1,9 e 2cm de comprimento por 1,1 a 1,2cm de largura. Apresenta um calo linguiforme de 0,8cm de comprimento desde a base até a metade de sua extensão.
A coluna é arqueada para a frente, com colorido avermelhado, medindo 1,2 a 1,3 cm de comprimento por 0,3cm de largura, portando duas polínias.
O nome ‘picta’ foi atribuído por Hooker em função das máculas existentes nas sépalas e pétalas das flores.
A espécie tem diversas sinonímias heterotípicas descritas entre 1840 e 1960: Maxillaria acutipetala Hook., (1842, Maxillaria leucocheile Hoffmanns., (1842), Maxillaria kreysigii Rchb.f. ex Beer, (1854),
Maxillaria kreysigii Hoffmanns. ex Regel, (1856), Maxillaria picta var. major Hook. ex F.Buyss., (1878), Maxillaria rupestris Barb.Rodr., (1882), Maxillaria picta var. rupestris (Barb.Rodr.) Cogn. (1904), Maxillaria hoehnei Schltr. (1921) e Maxillaria rupestris var. minor Hoehne (1952.